sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Memorias riscadas 1.1

Quanto mais tento esquecer
melhor me lembro de manhã cedo.
Quanto mais o sol se levanta no céu
mais os meus olhos se fecham.
Resguardo-me num casaco
que me cobre a memória
e alivia a dor por breves momentos.

O rasto de sombra que deixei
jamais será apagado
apenas diluído em ilusões
outras vidas
outras histórias
outros eu’s.
Não me vejam como um só
sou muito mais
de muitas maneiras.

Desejo ficar e fugir
entrando e saindo
de locais perdidos
memorias imortais
batalhas infernais
no fundo do meu coração.
Tenho dias em que quero recordar
e noites que desejo esquecer
manhãs que preciso amar
e tardes que tenho que sofrer.

Quero abrir bem os olhos
e dizer-lhe que a amo
e depois odiá-la
passar-lhe a mão pelo cabelo
e dizer adeus.


Carrego nos ombros o peso mais pesado de todos
aquele que nos faz querer a solidão
que nos faz fechar os olhos quando o sol se ergue
aquele que jamais me deixará esquecer.

Em directo do fim do mundo
João Santos aka CaptainLenovo

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